Alceu Valença - Biografia e Discografia

Postado: 11 de mar. de 2010 por Juninho Master in Marcadores:
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Alceu Paiva Valença (São Bento do Una, 1 de julho de 1946) é um cantor e compositor brasileiro. Seu disco de estreia foi gravado em parceria com Geraldo Azevedo.

Nasceu no interior de Pernambuco, nos limites do sertão com o agreste. É considerado um artista que atingiu maior equilíbrio estético entre as bases musicais nordestinas com o universo dos sons elétricos da música pop. Influenciado pelos maracatus, cocos e repentes de viola, Alceu conseguiu utilizar a guitarra, - que chegou a galope montada nas costas do rock and roll de Elvis - com baixo elétrico e, mais tarde, com o sintetizador eletrônico nas suas canções.

Por conta disso, conseguiu dar nova vida a uma gama de ritmos regionais, como o baião, coco, toada, maracatu, frevo, caboclinhos e embolada e repentes cantados com bases rock'n'roll e blues. Sua música e seu universo temático são universais, mas a sua base estética está fincada na nordestinidade.

História

O envolvimento de Alceu com a música começa na infância, através dos cantadores de feira da sua cidade natal. Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga e Marinês, três dos principais irradiadores da cultura musical nordestina, foram captados por ele pelos nostálgicos serviços de alto-falante da cidade. Em casa, a formação ficou por conta do avô, Paulo Alves Valença, que era poeta e violeiro. Aos 10 anos vai para Recife, onde mantém contato com a cultura urbana, e ouve a música de Orlando Silva e Dalva de Oliveira, alternando com o emergente e rebelde ritmo de Little Richard, Ray Charles e outros ícones da chamada primeira geração do rock'n'roll.

Recém-formado em Direito no Recife, em 1969, desiste das carreiras de advogado e jornalista - trabalhou como correspondente do Jornal do Brasil - e resolve apostar no talento e na sensibilidade artística.

Em Recife, a profusão de folguedos vindos de todas as regiões do estado, notadamente no carnaval, onde até hoje os grupos se confraternizam, seria decisiva na solidificação de uma das mais febris personalidades da música brasileira. Inerente a sua obra, o sentido cosmopolita de fazer arte, de forma direta e que refletisse a sua vivência e bagagem cultural de homem nordestino, sua história, seu povo e as novidades da música. A partir daí, o mago de Pernambuco amadurece a ideia de colocar a guitarra e o teclado nessas vertentes da música da sua região. A atitude em si não é novidade visto que os tropicalistas já tinham fundido o baião de Luiz Gonzaga com as guitarras. Alceu, entretanto foi mais fundo: pesquisou duplas de emboladores como Beija Flor e Treme Terra, Geraldo Mouzinho e Caximbinho, embolou-se com os maracatus de Pernambuco, bebeu na fonte dos aboios mouriscos, dos pífanos, rabecas e pandeiros, cozinhou tudo na panela do rock, e o resultado é uma obra atemporal, de qualidade.

Em 1971, vai para o Rio de Janeiro com o amigo e incentivador Geraldo Azevedo. Começa a participar de festivais universitários, como o da TV Tupi com a faixa Planetário. Nada acontece. Nenhuma classificação, pois a orquestra do evento não conseguiu tocar o arranjo da canção.

Em 1980, Lança o LP “Coração Bobo” (Ariola), cuja música de mesmo nome estoura nas rádios de todo o país, revelando o nome de Alceu Valença para o grande público. Apresenta-se em vários estados brasileiros.

Em 1996, Ao lado de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Elba Ramalho participa da série de shows “O Grande Encontro”, que percorreu diversas cidades brasileiras e registrada pela gravadora BMG no CD de mesmo nome.

Em julho de 2000, participa da noite “Pernambuco em canto: carnaval de Olinda”, no Festival de Montreux (Suíça), ao lado de Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos e Moraes Moreira.

Em maio de 2003, grava novo projeto ao vivo no Rio de Janeiro (Indie Records), reunindo vários sucessos em CD e, pela primeira vez, em DVD. Em julho, é agraciado com o Prêmio Tim de Música Brasileira na categoria "Melhor cantor regional", pelo CD "De Janeiro a Janeiro", em cerimônia realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ainda nesse mês chega às lojas o CD "Ao vivo em todos os sentidos". Em agosto o DVD do mesmo projeto é lançado.

Em 2009, vem trabalhando no seu filme Cordel Virtual (a Luneta do Tempo) que é um musical que não segue a linha de nenhum musical tradicional. No fundo, é um mergulho que faz em sua infância, no seu passado e este passado tem a trilha sonora das ruas do Nordeste, dos cantadores anônimos, coquistas, violeiros, emboladores, cegos arautos de feira, da música de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, do samba-canção dos anos 50, da música contemporânea brasileira. Um documento para se pensar a cultura do Brasil e do Nordeste.

Download da Discografia

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